domingo, 22 de fevereiro de 2015

Centenário da Revista "Orpheu" - Emissão filatélica

«Sem Título (Lendo Orpheu 2)» de José de Almada Negreiros, col. particular
"Temos que afirmar esta revista, por que ela é a ponte por onde a nossa Alma passa para o futuro". Assim se referiu Fernando Pessoa ao projeto literário Orpheu, lançado em Lisboa em 1915 com um propósito claro: revolucionar o pensamento. 
Nascida sob o signo das vanguardas europeias, nomeadamente o Futurismo, a revista Orpheu concretizou a aspiração de um grupo de intelectuais determinados a transformar a mentalidade do seu tempo, rompendo com a tradição. Provocar, subverter eram palavras de ordem. Cem anos volvidos, pode afirmar-se que o projeto cumpriu o seu desígnio fundacional. A revolução sonhada nas artes e nas letras aconteceu, e há quem sustente que ainda hoje se colhem os frutos dessa «pedrada no charco». Os poetas Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro, José de Almada Negreiros, figura das letras e das artes, e ainda os artistas Amadeo Souza-Cardoso e Guilherme Santa-Rita Pintor foram os percursores do movimento intelectual responsável pela introdução do Modernismo em Portugal, historicamente consagrado como a Geração de Orpheu. 
Para a escolha do nome – uma metáfora – inspiraram-se na mitologia grega. Orpheu, poeta e músico exímio, inconformado com a morte de Eurídice, sua mulher, ao lutar por trazê-la de volta ao mundo dos vivos aceitou o desafio de realizar uma dura travessia sem nunca olhar para trás. Era esse o espírito da revista – cortar com o passado. A Europa vivia, orgulhosa, um período de deslumbramento perante a nova era da máquina. Surgiam as primeiras transmissões por rádio, a primeira travessia aérea do Canal da Mancha. Nascia o cinema, a fotografia, a televisão. 
Nas palavras de Almada Negreiros, pronunciadas em 1935, «o que caracterizava Orpheu era o seu europeísmo, e o caminho era ir à conquista da elite portuguesa», agitando o sistema de valores burguês. 
O inconformismo subjacente a este agitar de águas escandalizou. Expressões insultuosas como «Literatura de manicómio» e «Orpheu nos infernos» confirmariam esse impacto, em grande medida relacionado com os temas inesperados da poesia publicada, exaltando a velocidade, a eletricidade ou a busca do «eu» subconsciente. Certo é que as sementes lançadas germinaram. A geração de Orpheu – ou Orfismo – conquistou um lugar na história, influenciando de forma efetiva correntes estéticas vindouras e de um modo geral todas as artes, desde a literatura ao cinema, passando pela música, pintura e arquitetura.
No plano literário, o Orfismo representa a primeira geração do Modernismo português, seguindo-se o Presencismo (revista «Presença»), com José Régio e Branquinho da Fonseca, e o Neorrealismo, protagonizado por Alves Redol e Carlos de Oliveira, entre outros.
Apesar da sua magna repercussão, a revista Orpheu teve apenas dois números, correspondentes aos primeiros dois trimestres do ano. O primeiro foi uma edição luso-brasileira, dirigida por Luís Montalvor e Ronald de Carvalho. O segundo teve a direção de Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro. Um terceiro número, previsto para outubro, acabaria por ser cancelado devido à falta de financiamento. 
Maria do Céu Novais
Dados Técnicos
Emissão
2015 / 02 / 20
Selos
€0,42 – 155 000
€0,72 – 145 000
Bloco

Com um selo
€2,50 – 40 000
Design - Atelier B2
Créditos
Selos
Selo €0,42 – Capa do primeiro número da revista Orpheu, col. BNP.
Selo €0,72 - Capa do segundo número da revista Orpheu, col. BNP.
Bloco
«Sem Título (Lendo Orpheu 2)» de José de Almada Negreiros, col. particular.
Foto Paulo Costa, CAM/Fundação Calouste Gulbenkian.
Sobrescrito de 1º dia/FDC
Pormenor de «Sem Título (Casal sentado à mesa lendo)» de José de Almada Negreiros, col. particular.
Foto Paulo Costa, CAM/Fundação Calouste Gulbenkian.
Capa da Pagela
Frontíspicio do primeiro número da revista Orpheu, col. BNP.
Agradecimentos
Herdeiros de José de Almada Negreiros
Biblioteca Nacional de Portugal
Centro de Arte Moderna,
Fundação Calouste Gulbenkian.
Papel - FSC 110 g/m2
Formato
Selos: 30,6 x 40 mm
Bloco: 125 x 95 mm
Picotagem
Cruz de Cristo 13x13
Impressão - offset
Impressor -INCM
Folhas - Com 50 ex.
Sobrescritos de 1.º dia / FDC
C5 - €0,75
C6 - €0,56
Pagela / brochure
€0,70
Capa do primeiro número da revista Orpheu

Capa do segundo número da revista Orpheu

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Filatelia e Cartofilia nas comemorações do Centenário de S. Brás de Alportel

Sobrescrito comemorativo rubricado pelo Presidente do Município de S. Brás de Alportel Sr. Vitor Guerreiro, pelo Presidente da Comissão Executiva do Centenário de S. Brás de Alportel Sr. Emanuel Sancho, pelo Coordenador da exposição Sr. Sérgio Pedro e por Andreia Leal representante dos CTT Correios de Portugal.
Caros leitores,

aqui vos deixamos algumas fotos da inauguração da Exposição de filatelia e cartofilia que foi inaugurada ontem pelas 17 horas em São Brás de Alportel.

Publicação de Município de São Brás de Alportel.






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